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Matisse

Matisse

Maria&Matilde

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

A capuccino, please

Gosto de passear pela cidade...fazer algumas compras e procurar livros...
Faz frio e escurece tão cedo!
No fim das minhas compras, por volta das 17h as lojas começam a fechar, refugio-me no Nero ...é onde servem a bebida mais próxima do nosso café...Há uma fila na caixa, vou olhando para a vitrine e escolho um browny...sei que tem muita gordura e açucar em demasia mas apetece-me não resistir...

Chega a minha vez...A capuccino, please... and a browny,e aponto não vá ele servir-me outra coisa.
Lá dentro está quente, gosto de sentir o conforto dos sofás, o cheiro familiar da arábica e posso observar as pessoas apressadas a passarem do outro lado do vidro...sabe bem estar sentada enquanto o mundo continua a girar...
Servem-me um copo enorme cheio de espuma pulvilhada de chocolate. Agarro a bebida e fico a aquecer as mãos...
Faço umas anotações...abro o livro na página de ontem, mas não me apetece concentrar-me em nada...espreito as pessoas das mesas do lado, os vultos que se movem lá fora...
Espero que o capuccino arrefeça, levanto-me para ir buscar uns jornais, folheio-o, percorro agumas notícias e fico ali até ter coragem de ir novamente para o frio...

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Frozen heart


Merry Christmas to all


Mickey & Minie


X-Mas

Já abrimos as prendas...ja trocámos beijos e agradecimentos, vimos a alegria das criança, arrumámos os papeis amarrotados e as caixas vazias, celebrámos com champagne e agora vamos dormir...para o ano há mais...
Adeus Pai Natal

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

domingo, 23 de dezembro de 2007

O Natal não é todos os dias

Lorenzo Monaco,1422

Gosto de datas, de festas, de celebrações e ocasiões especiais...e apesar de sabermos que temos 365 dias para festejar o que quer que seja, a verdade é que não o fazemos...e por isso é bom que as datas assinalem o que temos tendência para não lembrar...e nos convidem a celebrar o que fôr...

Pelo menos, uma vez por ano temos o Dia da Mulher, O Dia da Mãe, o Dia do Pai, O Dia da Criança, O Dia dos Avós, O Dia da Arvore, temos dias para tudo e também temos o Natal, que é uma festa que é celebrada em todo o mundo, na maior parte dos casos a 25 de Dezembro...

É claro que o Natal, independentemente de comemorar o nascimento do menino Jesus em Belém, faz bem à economia e encoraja-nos ao turbo consumo, a utilizar os cartões de crédito, a fazermos intermináveis listas de compras...a sermos generosos connosco e com os outros e a desculparmos todos os excessos...depois logo se verá...temos os outros dias todos do ano para remediar os estragos...
Para além de enchermos a árvore de embrulhos coloridos com conteúdos sem grande utilidade, colocamos à mesa a gastronomia mais refinada, em quantidades que superam largamente o que podemos ingerir...pelo menos esquecemos a crise, as dietas, as restrições dos outros 364 dias, o que só por si, já é motivo de festejo...
Mas é essencialmente a festa da familia e dos amigos, em que somos convidados a mimarmo-nos uns aos outros, a lembrarmo-nos de nós e dos demais, a trocar prendas e afectos...e isso é bom sim...nem que seja mesmo uma vez no ano...
Eu gosto particularmente desta data porque cada familia cria as suas próprias tradições e celebra à sua maneira... a minha também tem as suas...e a mais importante é a que estamos juntos....porque não é Natal todos os dias...

sábado, 22 de dezembro de 2007

Fronteiras


Cruzaram-se no espaço virtual num Fórum sobre Direitos Humanos...tropeçaram nos respectivos nicks como se estes constituíssem uma palavra-passe, um código reservado aos dois, um chamariz imperceptível para os outros ...

Daí a pouco estariam a trocar endereços de e-mail e MSN...mais tarde não saberiam reconstituir a sequência dos acontecimentos nem como tudo se tinha precipitado, quem tinha tomado a iniciativa nem tão pouco quais teriam sido as palavras mágicas inciais...tudo lhes pareceu que se tinha desenrolado de uma forma natural...

Era uma sensação bizarra para ambos, que inexplicavelmente desafiavam as probabilidades estatísticas e o destino que os tinha colocado em continentes diferentes...unidos em geografias tão distantes...

Teclavam de forma compulsiva, tecendo uma enorme rede de cumplicidades e segredos nos seus longos encontros on-line, não obstante os fusos horários, permaneciam horas a fio, esquecendo o tempo real, o sono, o lazer e às vezes o trabalho... e demoravam eternidades para se despedirem como se faltasse sempre mais uma palavra, um pensamento, um último adeus... que esperavam que fosse afinal um até breve...

Criaram diminutivos e enereços de MSN exclusivos para eles...trocaram fotos para encurtar as distâncias, viajaram pelas respectivas vidas, como não o fariam se tivessem sido apresentados por um amigo comum...
Falavam de tudo e de nada, dos filhos já independentes, das carreiras e dos amores magoados, das agendas sobrecarregadas e do corre-corre sem fim, dos prazeres que partilhavam separadamente, e de tudo o resto...leitura, música, pintura e projectavam viagens que ambos gostariam de fazer...quem sabe em conjunto?

Inventavam possiveis encontros e um futuro à espera...Para trás iam ficando as questões humanitárias, preocupações partilhadas mas rapidamente esquecidas ...

E um dia souberam que iriam coincidir por umas horas em Paris, ambos em viagem profissional...mesmo que os voos, ela a chegar e ele de regresso, não permitissem mais que um breve encontro no aéroporto, a ambos pareceu a ocasião fantástica e a cidade a mais indicada...

E quando o momento chegou tudo aconteceu da mesma forma natural, ambos se reconheceram entre a multidão, abraçaram longamente, como fariam velhos amigos, de imediato começaram a falar com a mesma familiaridade com que costumavam teclar…e as horas de que dispunham passaram, parecendo breves instantes, entre a chegada e a partida …

Desde então, quando se encontram on-line, sentem uma certa estranheza…uma vez transposta a perigosa fronteira do mundo virtual…o peso das respectivas vidas materilizou-se e passou a ser mais dificil sonhar...
Mas passados tantos anos desde o encontro em Paris, ainda sentem que mais ninguém os conhece tão intimamente e por isso regressam sempre ao MSN ...

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Paisagem transmontana



O céu está limpo, num azul que se estende sem imperfeições, o sol branco impera, intenso, espalhando uma luz fria...

O dia despertou coberto com um manto de geada… a berma, os campos, a terra, as arvores estão envolvidos numa finíssima camada de gelo… Ao longe um olival parece um rebanho de ovelhas por tosquiar, imóveis, certinhas, alinhadas, disciplinadas… e sorrio, é como se a natureza tivesse o seu lado infantil de criança, e acordado com vontade de refazer a pintura do dia anterior, passando um lápis de cera branco sobre toda a superfície da folha…farto dos próprios traços altera a paisagem, joga com a percepção, experimenta novas sensações, recria e diverte-se …

Ligo a chauffagem, aumento o som do rádio e as noticias confirmam uma onda de frio…”Portugal treme”, estamos em Dezembro! A temperatura é negativa…talvez seja um privilégio ainda termos Inverno, Inverno com frio, geada e até nevões…Imagino toda esta paisagem submersa em neve…sempre com um sol vigilante, generoso em luz sobre um sonho branco, limpo, sem mácula…

Conduzo por cima de um massa espessa de nevoeiro, que parece querer desprender-se do solo…e que me cria a estanha ilusão de estar a sobrevoar as nuvens…tenho vontade de acelerar…

Observo tudo com encanto. Os montes ao longe ameaçam ser o limite do mundo… de repente a paisagem começa a acinzentar-se e com surpresa, após uma curva sou engolida por uma nuvem de nevoeiro, espessa, como um véu que retém a luz, a estrada funde-se com o branco que invade tudo, ligo faróis de nevoeiro, desacelero a velocidade… distingo apenas os faróis na direcção contrária…

A paisagem perde os contornos, os montes tornam-se irreais e eu continuo a conduzir, tentando adivinhar o caminho que ainda ontem estava ali…

Viagem a trás-os-montes I


Não vou alongar-me com a generosidade destas gentes, que se ofendem se as visitas não aceitam as honras e recusam o petisco que é colocado prontamente na mesa, sobre as toalhas de linho grosseiro…Nem me quero perder em detalhes com a gastronomia única, as sopas de sarrabulho e toda a espécie de enchidos…

Mesmo quando venho em trabalho consigo sempre organizar encontros com amigos tão antigos, primos e parentes mais afastados, jantares e caminhadas a pé, saídas e longas conversas…tudo bem gerido para não melindrar ninguém e poder corrê-los a todos…um petisco aqui, um copo ali…sem exagerar muito porque ainda tenho que passar acolá…

O meu horário permite-me uma imensa liberdade…passear durante o dia e trabalhar em pós laboral…não é sempre assim, mas é um privilégio que me vou concedendo nas épocas em que ando mais condescendente comigo mesma e me repito para aliviar a culpa “Eu mereço” e é claro que mereço muito!

Mas esta viagem tem outras implicações, outros objectivos…é umas reunião de pessoas que eram uma família e passaram a ser herdeiros. Estamos todos aqui para dividir o que ainda não foi vandalisado de uma casa que teve dias felizes mas que agora tem os dias contados…vimos aqui vasculhar os cantos para resgatar memórias alegres, como se os objectos nos trouxessem de volta as horas, os dias e os anos que se consumiram tão silenciosamente…na esperança de encontrar atrás de uma porta os risos perdidos e as gargalhadas soltas…

Levaremos objectos para casa, sem saber porque não temos coragem para os abandonar ali…onde sempre pertenceram…onde talvez devessem para sempre permanecer…para aliviar a culpa em assistirmos calados à demolição da casa que foi o símbolo de uma família…

Viagem a trás-os-montes II



Na minha infância, o estado das nossas estradas, estreitas, sinuosas, esburacadas, sem bermas, fazia do pais, um pais enorme…maior ainda se tivéssemos o azar de seguir atrás de um camião que não facilitasse uma ultrapassagem…gigantesco ao olhar de crianças que contavam os minutos, ansiosas por chegar a um destino…

-Ainda falta muito para chegar?- repetíamos incessantemente…

Lembro-me das horas intermináveis, curva contra –curva, numa viagem medonha, via o serpenteado da serra do Marão, onde muitos perigos espreitavam na nossa imaginação fértil de criança…malfeitores escondidos, o gelo, as escarpas, as ultrapassagens, uma avaria, o cair da noite, reflectindo o receio dos adultos e recriando o suspense de uma cena de um filme passado na TV, a preto e branco, na altura…

Era assim, numa constante impaciência, até que o embalar das curvas e o cansaço da viagem, nos fizesse adormecer…para só acordarmos estremunhados com a excitação da chegada, a vista da casa toda iluminada, o alarido dos beijos e o aperto dos abraços dos avós, e despertar com os olhos esbugalhados com as prendas embrulhadas e toda as surpresas preparadas com minúcia, por quem muito anseia a chegada dos netos e lhes sabe adivinhar os desejos mais secretos…

E depois entravamos num mundo de sensações em que tudo é perfeito… o cheiro da comida preferida, as guloseimas e os mimos todos, o som do crepitar da lenha na lareira, o mistério das brasas incandescentes e o fascínio das chamas…

Permanecíamos a pé até cairmos exaustos de sono entre os lençóis frescos de linho, sob o calor pesado dos cobertores de papa enquanto a avó nos ajudava a proferir a oração da noite
“Menino Jesus,
dá-me a tua mão,
que sou pequenina
e caio ao chão”

Recebíamos um beijo na testa …“Dorme bem, amor”…e a luz apagava-se…

Por isso quando aqui venho reencontro sempre a minha infância e o mundo mágico que só os avós e os netos conhecem…

Estórias reais de plebeus I

Vou chamar-lhe Maria…

A Maria era “criada de servir”, como na altura se designava, em casa dos meus avós maternos numa vila transmontana, que agora é cidade…

Servir de criada, era um destino frequente para as raparigas de famílias pobres, incapazes de prover o sustento dos filhos, quanto mais, mandá-los para a escola…e ainda por cima sendo uma rapariga !!!

Não sei se a Maria chegou a frequentar a escola, provavelmente não, nunca lhe perguntei por um certo pudor e por receio de reabrir o que pode ser uma ferida antiga… sei que é analfabeta…mas sabe fazer contas e até tem orgulho no calculo mental, ninguém a engana nos trocos… nem as moças com estudos que estão nas caixas registadoras do supermercado onde se abastece…

A mãe também servira em casa dos meus avós e foi lá que se dirigiu para confiar a filha porque era grande a prole e difíceis os tempos…

Chegou franzina, com um estômago pequenino, ainda meia criança, descalça e com a roupa remendada…lembra-se de lhe terem arranjado logo uma farda e avental, limpos, passados, mas o verdadeiro luxo foram os primeiros sapatos, que nunca há-de esquecer…no início não se acomodavam os pés, aleijavam-lhe os dedos…depois lá se foram habituando…

Ficou inicialmente sem ordenado, para aprender, o pouco trabalho e vontade em troca do seu sustento e depois, logo se veria, conforme a rapariga se “ajeitasse” assim ajustariam. E lá ficou em regime de internato, mesa, cama e roupa lavada, a partilhar o quarto da torre com as outras criadas… aos cuidados da minha avó materna.

A verdade é que a Maria se ajeitou, e por lá se acabou de criar, fez-se uma boa criada e em pouco tempo teve direito a ordenado “pôs” corpo e tornou-se também mulher…

Estórias reais de plebeus II

A Maria veio parar a nossa casa em Coimbra por altura do nascimento da minha irmã, a minha mãe lá desabafou a sobrecarga de trabalho e a minha avó, prontificou-se a mandar reforços…veio a Maria em socorro…

Eu teria então uns 3 ou 4 anos e acho que ela ainda me vê com os mesmos olhos quando me trata “por menina” …alheia ao facto de eu já não usar transas…

Imagino a aventura para uma jovem que nunca tinha saído da terra…viajar da vila transmontana para a “cidade dos doutores” , os medos da viagem interminável e os receios do desconhecido que a esperava na cidade…

E a Maria ficou um tempo a servir-nos…e afeiçoou-se a nós e regressou à terra para casar e fomos tendo noticias à medida que os filhos foram nascendo e crescendo…e sempre que lá íamos de férias, lá vinha ela, a pé da aldeia para mostrar com orgulho a sua descendência e matar saudades dos outros meninos que servira tão longe e que deixara ainda tão pequeninos…

Aparentemente tudo corria bem, a minha mãe manteve sempre um carinho muito especial e alegrava-se com as notícias que lhe davam conta que a Maria estava a construir casa, que os filhos estavam na escola, que o marido era um electricista com trabalho e que a família prosperava….

Estórias reais de plebeus III

Não sei sequer se se chama Maria, porque ela é conhecida e sempre a tratei por outro nome…

Baptizá-la nesta idade pode parecer excesso de discrição porque a estória dela não é segredo para ninguém que a conhece…nos meios pequenos não existem segredos…estes são uma conquista das sociedades anónimas, em que nos tornámos…nas aldeias, mesmo que não se queira, é tudo partilhado, aberta ou veladamente, mas sempre comungado..

A Maria sempre se comportou como se de um segredo só seu se tratasse, nunca tendo comentado o assunto, feito uma queixa, deixado cair uma inconfidência muito menos que se abeirassem dela com perguntas ou insinuações e manteve-se alheia aos rumores…mas isso não impediu que se soubesse e que toda a gente comentasse, um novelo de pormenores à volta do seu drama…

De repente constou que o marido abusava sexualmente da filha mais velha, que a Maria descobriu o incesto e que no meio da sua dor inconsolável tentou repetidas vezes suicidar-se…por isso esteve internada por diversas ocasiões, recusava-se a viver, não tinha vontade para nada…

No meio de seu desatino não pode impedir o marido de fazer dividas que os levariam a perder a casa e todos os bens que tinham amealhado…e por isso, para além da família destroçada, sucedeu-se a ruína completa e o ver-se de um dia para outro com os filhos ainda por criar e sem um tecto…

O marido abandona-a, vai para França…ela nunca mais o voltará a ver, leva a filha mais velha com ele, por isso acaba por perder os dois…

A sua boca fechou-se, nunca mais falaria do marido…nunca comentaria o sucedido, carregou-se de negro…

Estórias reais de plebeus IV

A aldeia viveu estes acontecimentos em grande agitação, mas quando a Maria passava no seu imenso luto de silêncio, todos se calavam, ninguém conseguiu tirar-lhe um queixume, ninguém teve coragem para lhe falar do assunto..

O marido foi condenado pela aldeia inteira, nas conversas de boca a boca, à saída da missa…nos intervalos da lavoura, onde fosse...

”Nunca se viu uma coisa assim!”
“Onde é que este mundo irá parar?”
“O que ele precisava era de umas boas chibatadas”

Não havia memória de um tamanho escândalo, muito menos num local onde normalmente não se passa nada, nem se espera que venha a acontecer… de repente havia motivo de conversa e indignação.

A Maria ficou com os filhos mais novos…a solidariedade e a esmola de alguns permitiram que a família desfeita fosse abrigada num barraco sem condições, a ajuda dos vizinhos chegou na assistência às crianças providenciando alimentação durante os períodos de incapacidade, convalescença e internamento da mãe…

Aos poucos a Maria foi recuperando, era seguida nas consultas de psiquiatria, tomava os medicamentos prescritos pela doutora e foi gradualmente arranjado horas como mulher a dias em casa de umas senhoras…

Passou a dedicar todo o seu tempo e energia ao trabalho e aos filhos mais novos…melhorou as condições do seu casebre e continuou a mandá-los para a escola para aprender …tudo na maior pobreza…

O marido não voltaria à aldeia, ficou-se por terras francesas, onde lhe eram conhecidas mulheres e uma vida de gastos e excessos…chegavam os ecos aos seus ouvidos mas a Maria não comentava as noticias…

Estórias reais de plebeus V

Muitos anos passaram…criou os filhos pequenos sem proferir uma palavra de revolta contra o pai..estes cresceram no silêncio. O mais velho conseguiu arranjar trabalho em Lisboa e acabou por chamar o irmão, na grande cidade existem mais oportunidades. A Maria passou a vê-los de quando em onde, mas não se sentiu abandonada porque eles ligam com frequência e o que ela quer é que ele façam a vida como for melhor para eles…

E depois vieram os netos, que à força de os ter tão pouco tempo, beija as fotografias que chegam em envelopes carimbados com nomes dos arredores de Lisboa…

No Verão passado, a Maria teve conhecimento que o marido tinha morrido, a mulher com quem vivia tinha-o abandonado durante a doença prolongada e ninguém reclamava o corpo e por isso ela responsabilizou-se pelas despesas, tendo gasto todas as economias para mandar vir o corpo de França para lhe fazer o funeral…

Fez-se o enterro no cemitério da aldeia com missa, não havia ninguém a chorar, excepto a Maria, que se contorcia em dores, convulsionava em soluços, e se desfazia em imensos gritos de dor quando "o corpo baixou à terra"…foi a comoção geral…a aldeia ainda estava cheia de rancor, não tinha esquecido as ofensas… foi a estupefacção dos presentes...que ainda hoje comentam o espanto...

Depois do enterro voltou para casa em silêncio…e no dia seguinte retirou o luto em que estava encerrada há mais de duas décadas...

Quando a vi, dei-lhe o pêsames e ela abraçou-me, agarrou-se muito e conseguiu dizer entre soluços “Sabe menina, era o meu homem, e mal por mal, prefiro tê-lo agora perto de mim…”

As flores da campa do seu homem nunca secam, visita-o regularmente, enfeita-lhe a laje de mármore e conta-lhe as novidades dos filhos, das senhoras, as notícias que dão na TV…
A morte saldou as contas entre ambos e trouxe-lhe o marido de volta….

Estórias reais de plebeus VI

Claro que não vou falar no assunto e sei que ela não votará a mencioná-lo mas imagino que agora tenha uma vida mais leve…entre o trabalho nas senhoras e a paragem diária que faz na campa do marido para sentir a companhia que lhe faltou tanto tempo…

A morte e o perdão espontâneo abrem também perspectivas para o reencontro com a filha exilada em França…anos a fio de separação e dor…

Ainda não me encontrei com ela desde que aqui estou, mas está presente nos pormenores de como preparou a casa para a minha chegada...

O meu quarto estava quente e a cama feita com todo o cuidado… Quando me enfiei debaixo dos vários edredons senti o calor do mimo que só se desfruta verdadeiramente na infância e comecei a escrever à espera do meu encontro com o sono, que teima em demorar..

Marias


Quase todas davam pelo nome de Maria, não sei como se distinguiam entre si...
Ficavam todas alojadas no "quarto da torre" local privilegiado para a observação dos incêndios que tanto ameaçavam os serões de verão...ou para espreitar, com rezas a Santa Bárbara, os relâmpagos das trovoadas... eram as duas ocasiões em que nos era permitido subir ao quarto da torre...
Para mim, era a divisão que maior fascinio exercia...imperava na casa rematado pelo cata vento, que eu gostava de observar...

Conheci várias criadas em casa os mês avós…Para mim foi sempre um enigma como é que as pessoas podiam esgotar a vida a trabalhar para uma família e ainda sentirem reconhecimento, dedicação e verdadeiro amor…

Sentiam-se agradecidas pelo facto de os meus avós lhes terem “matado a fome”, porque nunca poderiam esquecer aquilo que, quem nunca passou por lá, também não pode lembrar, é que a fome mata…

Recordo essas passagens e compreendo como aquela casa funcionava como um centro de acolhimento, onde as raparigas vinham, pela mão das mães, e eram entregues à vigilância e cuidados da minha avó para que ela as acabasse de criar.

Mas era também um centro de formação, onde as raparigas aprendiam a cozinhar, limpar, cozer, lavar, passar a ferro, jardinar, etc. e assim poderem ter um futuro… fazerem-se umas donas de casa...

Outras vezes, servia como um centro matrimonial porque normalmente, o novo regime alimentar permitia-lhes ganhar formas de mulher, serem notadas pelos rapazes da vila e quem sabe, casarem-se na primeira oportunidade…Os meu avós apadrinhavam o enlace e faziam o casamento…

Se não tivessem essa sorte, por ali ficariam, a menos que a minha avó as cedesse, por especial favor, para alguma casa de confiança das suas amizades…uma espécie de centro de emprego…
Foi assim que conheci várias Marias que testemunharam o seu reconhecimento e gratidão...em troca deram anos do seu trabalho e dedicação à família...era assim...

Origens




Tenho origens transmontanas e por isso aprecio muito esta paisagem agreste, rude e simples que Torga tão bem descreve…um céu infinito e o recorte de montes, para além dos montes….como uma imensidão sufocada, delimitada por fronteiras volumétricas.


Conduzo com prazer, está um dia de sol, um céu intocável, uma luz de Inverno especialmente branca… Abro a janela para inspirar o ar, sinto o frio nas narinas, inspiro fundo o ar puríssimo, e sei que conheço este cheiro desde sempre…


Observo o céu, adivinho o entardecer fantástico, em que o sol se incendeia nos montes que se sucedem uns aos outros e antevejo à noite um fundo tão negro que faz sobressair ainda mais o brilho das estrelas…


Recordo noites tão antigas de verão no terraço dos avós maternos, em que as estórias se misturavam com afectos e revivo todo o encantamento que resta da infância, nas memórias que perduram de pirilampos e estrelas cadentes…

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Queria que isso fosse assim para sempre…

Sabemos tantas coisas, mas não as lembramos suficientemente. Sabemos o quanto tudo é efémero…mas esforçamo-nos por esquecer…como se quiséssemos à força desaprender a lição…

Poisamos o olhar sobre as coisas e preferimos sentir que elas permanecerão estáticas, tal qual as percepcionamos, assim para sempre…

E quando encontramos regularmente as pessoas em determinados sítios habituamo-nos a imaginá-las “localmente” bastando regressar a um lugar para as encontrarmos, como se estivessem lá para sempre…

Soube que morreu o Fernando do Café Avenida…

É estranho estar a escrever sobre isso porque não era íntima amiga dele nem sou frequentadora do café (nem deste, nem de qualquer outro)…É um café na avenida onde resido e o Fernando trabalhava lá há certamente várias décadas…recordo-me dele há tanto tempo, sempre a atender, com um humor e trato especiais…e cruzávamo-nos regularmente…e queria que isso fosse assim para sempre…

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

MASSIEL-20 ANIVERSARIO: PALABRAS

Vinte anos ou menos

Os enfeites da rua lembraram-lhe que se aproximava mais um Natal...
Estacionou o carro à frente do portão da casa...estava sem paciência para o meter na garagem, ficaria ali mesmo...
Sem olhar para o relógio, pelo movimento da rua, podia perceber que se tinha atrasado...novamente...era cada vez mais frequente...

Sentia-se cansado, e tinha planeado enviar uns emails antes de jantar, mas receava que a cozinha do restaurante ao lado fechasse e depois teria que suportar, uma vez mais, o sorriso da dona a dizer "por especial favor, para o sôtore, posso arranjar umas bifanas".

Estava farto das bifanas por favor, do sorriso por favor...não iria enviar os emails, fá-lo-ia depois.

Entrou em casa, apenas para se livrar da gravata e do casaco do fato...afinal, merecia, ao fim de mais de 14 horas de trabalho...Era este o ritmo dos últimos anos...ao menos livrar-se da gravata...e trocar o casaco pelo conforto de uma camisola de lã...

A mulher parecia não ter dado conta do seu atraso nem da sua chegada...Não o esperava, nunca o esperava e por isso era indiferente a hora a que regressava, se regressava...Cumprimentaram-se à pressa, ela porque estava a ouvir o tal programa na Tv ele para evitar a "bifana a saber a sorriso-por-favor"...~
A mulher estava preparada para se deitar, à espera que acabasse o programa na televisão...Comentou que tinha que levantar-se cedo e ele recordou-se que ela viajava de madrugada, certamente para um congresso ou uma reunião, já nem se lembrava, tinha esquecido os pormenores...era qualquer coisa que lhe dissera há talvez um mês..
Havia sempre tanta coisa a pairar na sua cabeça..fingiu lembrar-se, na esperança de a agradar levemente ou talvez para não ouvir que era insensível e indiferente...magoava-o com estas palavras duras, porque ele não era uma coisa nem outra...
Quando chegasse do jantar já ela estaria a dormir...era assim há algum tempo, habituaram-se gradualmente a dormir 1º em camas separadas, depois em quartos distintos, até que passaram a fazer as refeições sós e agora até as férias independentes...
Tudo com palavras contadas, para não se agredirem, para não recomeçarem a relembrar todos os ressentimentos...as culpas recíprocas...umas trazem as outras...por isso quanto menos melhor...

Sim, doi-lhe levemente...mas não pensava nisso, ao fim de tantas relações amorosas, logo esta que começara como uma paixão arrebatadora, uma urgência de sentimentos e sentidos, uma atracção a que nenhum conseguiu resistir e dois casamentos dissolvidos por tão pouco...com filhos no meio da confusão...Juraram a si mesmos que era desta, amor para sempre, mas já se sabe que o sempre é apenas enquanto dura...

Para quê? Apenas 20 anos depois, nem isso..Não tinha energia para mudar. Ficará assim, ficarão ambos assim, nesta infelicidade partilhada, neste abandono consentido que se foi surdamente instalando...
De vez em quando uma paixão vem estremecer tudo...relembrando vertigens antigas e tentando-o a recomeçar de novo, a partir noutra direcção, rumo a um destino longinquo, a viver a ilusão do salto que se calhar acabará por não dar, atados um ao outro, não pelo desejo, não pelo afecto, mas por estranhos e cegos laços que eles próprios não conhecem ...alguma coisa será...
Seria possível alterar o curso da vida? Seria inevitável que a distância e o silêncio se tivessem apoderado deles? Teria que ter sido assim? Seria este o fim de todas as relações? Até que momento teria sido possível reverter este percurso de solidão partilhada?
Podia desculpar-se com o trabalho, com a crescente pressão que as várias promoções acarretaram, com a rotina cega que mata, aniquila, anula...e ele também tinha queixas, dores, incompreensões, é claro que era assim para os dois, a vida é dificil em ambos os sentidos...
Também ele remoia as sua próprias culpas...lembrava-se de ter abdicado de tudo pelo trabalho, para subir na carreira, para merecer o reconhecimento, pelo sentido de dever e talvez pela ambição, também...e abdicou dela, sim...esqueceu todas as datas, os aniversários, não estava nos dias das comemorações, deixou arrefecer todos os jantares e consumir as velas...mas não julgara nunca que chegariam a isto...a este deserto em que as emoções secaram e onde nunca chove...
Mas mudar para quê? Que faria a todos os seus livros, Cds, quadros? Que trabalheira!
Viveriam assim certamente, muito tempo, quem sabe para sempre? Ele a dormir no seu escritório, forrado a livros, ela no quarto do casal que já tinham sido, replecto de fotografias de uma paixão extinta...numa dura convivência pacifica em que ambos garantiam a distância apropriada para evitar confusões e conflitos, acima de tudo o importante era não darem espaço a estados de espírito negativos...indesejáveis para ambos...esgotantes e desnecessários...
Lembrou-se de uma música antiga, afinal os artistas não inventam nada, só cantam o que já existe, o que sempre existiu..."que fria está esta casa..." recordou...ainda não tinham passado vinte anos e aproximava-se mais um Natal...mais um Natal, sem intimidade...
Consultou o relógio...estava a demorar-se tempo demais...iria ter que engolir a bifana do sorriso... por favor, sôtor...e não sentiu fome mas tristeza ...

Veja meu Slide Show!

Humanos e outros animais

Domingo de manhã

Sentia-se sempre ridícula, nestes domingos de manhã...tomavam o pequeno almoço tardio, mal dormidos, vestida ainda com muitos brilhos para aquela hora do dia, na roupa de sábado à noite, talvez com marcas de maquilhagem mal removida...olhava à sua volta e era evidente que não era ela apenas a estar naquela situação, na mesa mesmo ao lado, uma mulher madura estava ridícula, vestida e pintada "de véspera"...
Mexia o capuccino, estava absorta, mergulhada na espuma branca pulvilhada com chocolate e canela, quando ele interrompeu, como fazia tantas vezes...
-Um beijo pelos teus pensamentos...
Surpreendia-a sempre quando ela divagava, mas como poderia explicar-lhe as dúvidas, os receios, os pensamentos tão pequeninos...talvez sem qualquer fundamento...mesmo as amigas se impacientavam"vá, deixa fluir, não compliques..." Era a sua natureza essa, a de ficar assim a pensar em nada...e foi o que lhe respondeu...
-Em nada de especial-e ofereceu-lhe os lábios de forma mecânica...permanecendo ainda mais misteriosa e encerrada em si própria.
Ele apreciava nela tudo aquilo que possuira há tanto tempo...a pele tão lisa e fresca, o olhar enorme de espanto, o corpo ágil, ossudo e definido, que no conjunto lhe conferiam um ar de fragilidade adolescente, apesar de já estar nos trintas e...
Ela não sabia porque estava ali...repetia sempre para si mesma que aquela seria a última vez, vezes sem conta, e por isso vinha, nunca faltava a estes encontros impossíveis, sempre pelo mesmo motivo, despedir-se...
Não entendia o estranho magnetismo que ele exercia...e que a fazia correr riscos, inventar desculpas, alterar a agenda, arranjar viagens profissionais que nunca existiam...em suma mentir e trair...Sabia que não poderia manter a situção por muito tempo, nem queria...por isso, estava aqui apenas para se despedir definitivamente...mais uma vez...seria desta sim...
E desejava pôr um fim a esta relação, temia ser descoberta, desmascarada, desmentida...morria de medo.
Não sabia das razões para estar ali, para justificar que se encontrava com ele, uma vez por mês, para explicar as falsidades em que andava...não havia motivos...
E olhava para ele, já tão cansado, sorria...ele olhava-a sempre, talvez estivesse ali o segredo...talvez gostasse da forma como ele a olhava...talvez não fosse pelo desejo mas pelo afecto...pelo desejo daquele afecto...

"Tu encanto se herá irresistible"

A minha companheira de vôo era madrilena e depois de trocarmos algumas palavras ibericas, gentilmente, ofereceu-me a revista que trazia para a viagem e cuja leitura tinha já concluído...chama-se Yo Dona é do grupo editorial El Mundo e traz na capa a fabulosa Inès Sastre.

Há muito que não lia um horoscopo e não resisti, reza assim:

Virgo

En el plano laboral, tendrás la mente despejada para hacer frente a una serie de problemas que deberás solucionar. Si consigues poner una nota de optimismo e alegria, tudo será mucho más llevadero.

En el sentimental, viverás momentos intensos e idilicos. Concédete esos placeres que te apasionan y disfrutas como nadie: cenas suculentas, paseos al entardecer, salidas nocturnas...

E remata a bold "Tu encanto se herá irresistible"

Eh lá!!!

Obrigada Kikinho pela mulher na arte

domingo, 2 de dezembro de 2007

Vôo TP 728


Vôo TP 728 com destino a Lisboa...

São 18 horas e o avião está atrasado...já devia ter partido, mas não..parece que é habitual...não quero repetir a palavra que usaram "normal", como pode um atraso ser normal?

Estou na zona de boarding...e aguardo...a maior parte das pesoas comprou revitas côr-de-rosa...mas nem sempre as cores das notícias são suaves...lêem sobre o caso Maddie...A capa anuncia que os familiares de Kate estão preocupados porque ela não dorme nem come...não sei se por esta ordem...ou se não come nem dorme...

É um aeroporto pequeno...as lojas de free shop estão abertas mas há pouco movimento, nada comparável à afluência de Natal e Ano Novo que já se aproxima ou à mais longínqua época de Verão...

Talvez por isso o vai-vem de pessoas não seja particularmente interessante...uns jogam nas suas máquinas electrónicas, outros falam ao telefone, outros ainda, entretêm-se com o mediátio casal...não há olhares nem sorrisos cruzados nem ninguém suficientemente exausto para se esticar nos bancos a dormir...um grupo de jovens ri...estão demasido longe para os ver...adivinho os rostos em função das garalhadas...

Aviso que o meu vôo está atrasado, para não me irem buscar no horário... e ligo-me à Internet. Tenho o mundo no regaço... Retiro o cartão de memória da máquina fotográfica e introduzo-o no meu portátil...e aparecem-me imagens cheias de cor em slide show...

Revejo as fotos da Madeira...os últimos dias foram cheios...procuro imagens que me permitam reviver a intensidade destes momentos, elimino, rodo, selecciono, anoto e carrego para o blog...mas as fotos nunca contam tudo e por isso ponho-me a escrever...valerá a pena dizer que não me apetece partir, que já tenho saudades?

De repente uma chamada de uma voz feminina, metálica, impessoal, invulgarmente alta e estridente soa por todo o lado, interrompo...

Attention please...This is the last call...

Mas não, ainda não é para mim...

Volto para o meu exercício...concentro-me de novo no meu blog...
Já lá vão os tempos em que viajava com uma tesoura minúscula, cola, lápis de cor e um pequeno diáro de viagem...carregando misteriosos rolos fotográficos...imagens e efeitos desconhecidos...a aguadar a revelação...

Nessa altura, aproveitava a espera ou esperas para alinhar pensamentos, organizar as memórias...pôr ordem nas emoções, relaxar um pouco...e cortar e colar, fragmentos ds férias, das viagens, ingressos em museus, contas de retaurante, recibos de hoteis, bilhetes de transporte, desenhos em guardanapos, endereços anotados num pedaço de papel...um sem fim de pequenos nadas...

Mas um dia, confiscaram o meu pequeno tesouro, que por acaso era apenas uma tesoura pequenina...não pelo perigo que pudesse representar, era mesmo minúscula, mas porque cabia no conceito de tesoura, afinal era de uma tesoura que se tratava...Os serviços de segurança pós-11/09 classificariam como objecto interdito, sem especificar o tamanho...como se qualquer tesoura fosse passível de provocar um temível ataque terrorista, há anos que me acompanhava worldwide...mas ficou ali, num caixote de lixo, no aeroporto de Miami, logo após o RX e enquanto eu ainda apertava o cinto... a minha tesoura e companheira...em nome da segurança dos passageiros e por um mundo melhor, ficou pra trás...

São 18h30, continuo paciente, como eu muitos outros passageiros...É assim, que espero agora... Estou absorvida entre o blog e as fotos...e ouço a mesma voz estridente de sempre:

Attention please...This is the last call...

Oops, tenho que ir...é desta!

sábado, 1 de dezembro de 2007

Tempo para mim



Prolonguei a minha estada na Madeira, para tirar tempo só para mim...sem telefone, sem msn, sem emails...Fora do mundo...como há muito tempo não fazia...

Percorri a ilha, subi no teleférico, passeei pela Marina, observei os barcos de cruzeiro a partir, deambulei pelo centro da cidade, para constatar que é quase Natal e já brilham os enfeites natalícios, espreitei o mercado que estava fechado ao feriado e disparei a máquina fotográfica em todas as direcções...

Em termo de gastronomia tem sido inesquecível...pude apreciar o vinho branco local, provar a poncha (1/3 de mel, 1/3 de sumo de limão e 1/3 e aguardente de cana a temperatura ambiente), os fritos de milho, o pão de alho, o bolo de caco, as queijadas de requeijão, o filete de espada com banana, a espetada de carne em pau de loureiro, a mista de peixe, mariscos... e ainda mascar cana de açucar, beber batido de anona, abacaxi, maracujá...

Tentei ver o máximo, fazer o máximo no pouco tempo que me restava...e aqui estão as fotos para recordar sempre...