Chega a minha vez...A capuccino, please... and a browny,e aponto não vá ele servir-me outra coisa.
Site meter
Matisse

Maria&Matilde
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
A capuccino, please
Chega a minha vez...A capuccino, please... and a browny,e aponto não vá ele servir-me outra coisa.
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
X-Mas
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
domingo, 23 de dezembro de 2007
O Natal não é todos os dias

sábado, 22 de dezembro de 2007
Fronteiras

Teclavam de forma compulsiva, tecendo uma enorme rede de cumplicidades e segredos nos seus longos encontros on-line, não obstante os fusos horários, permaneciam horas a fio, esquecendo o tempo real, o sono, o lazer e às vezes o trabalho... e demoravam eternidades para se despedirem como se faltasse sempre mais uma palavra, um pensamento, um último adeus... que esperavam que fosse afinal um até breve...
Criaram diminutivos e enereços de MSN exclusivos para eles...trocaram fotos para encurtar as distâncias, viajaram pelas respectivas vidas, como não o fariam se tivessem sido apresentados por um amigo comum...
E um dia souberam que iriam coincidir por umas horas em Paris, ambos em viagem profissional...mesmo que os voos, ela a chegar e ele de regresso, não permitissem mais que um breve encontro no aéroporto, a ambos pareceu a ocasião fantástica e a cidade a mais indicada...
E quando o momento chegou tudo aconteceu da mesma forma natural, ambos se reconheceram entre a multidão, abraçaram longamente, como fariam velhos amigos, de imediato começaram a falar com a mesma familiaridade com que costumavam teclar…e as horas de que dispunham passaram, parecendo breves instantes, entre a chegada e a partida …
Desde então, quando se encontram on-line, sentem uma certa estranheza…uma vez transposta a perigosa fronteira do mundo virtual…o peso das respectivas vidas materilizou-se e passou a ser mais dificil sonhar...
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Paisagem transmontana

O céu está limpo, num azul que se estende sem imperfeições, o sol branco impera, intenso, espalhando uma luz fria...
O dia despertou coberto com um manto de geada… a berma, os campos, a terra, as arvores estão envolvidos numa finíssima camada de gelo… Ao longe um olival parece um rebanho de ovelhas por tosquiar, imóveis, certinhas, alinhadas, disciplinadas… e sorrio, é como se a natureza tivesse o seu lado infantil de criança, e acordado com vontade de refazer a pintura do dia anterior, passando um lápis de cera branco sobre toda a superfície da folha…farto dos próprios traços altera a paisagem, joga com a percepção, experimenta novas sensações, recria e diverte-se …
Ligo a chauffagem, aumento o som do rádio e as noticias confirmam uma onda de frio…”Portugal treme”, estamos em Dezembro! A temperatura é negativa…talvez seja um privilégio ainda termos Inverno, Inverno com frio, geada e até nevões…Imagino toda esta paisagem submersa em neve…sempre com um sol vigilante, generoso em luz sobre um sonho branco, limpo, sem mácula…
Conduzo por cima de um massa espessa de nevoeiro, que parece querer desprender-se do solo…e que me cria a estanha ilusão de estar a sobrevoar as nuvens…tenho vontade de acelerar…
Observo tudo com encanto. Os montes ao longe ameaçam ser o limite do mundo… de repente a paisagem começa a acinzentar-se e com surpresa, após uma curva sou engolida por uma nuvem de nevoeiro, espessa, como um véu que retém a luz, a estrada funde-se com o branco que invade tudo, ligo faróis de nevoeiro, desacelero a velocidade… distingo apenas os faróis na direcção contrária…
A paisagem perde os contornos, os montes tornam-se irreais e eu continuo a conduzir, tentando adivinhar o caminho que ainda ontem estava ali…
Viagem a trás-os-montes I
Não vou alongar-me com a generosidade destas gentes, que se ofendem se as visitas não aceitam as honras e recusam o petisco que é colocado prontamente na mesa, sobre as toalhas de linho grosseiro…Nem me quero perder em detalhes com a gastronomia única, as sopas de sarrabulho e toda a espécie de enchidos…
Mesmo quando venho em trabalho consigo sempre organizar encontros com amigos tão antigos, primos e parentes mais afastados, jantares e caminhadas a pé, saídas e longas conversas…tudo bem gerido para não melindrar ninguém e poder corrê-los a todos…um petisco aqui, um copo ali…sem exagerar muito porque ainda tenho que passar acolá…
O meu horário permite-me uma imensa liberdade…passear durante o dia e trabalhar em pós laboral…não é sempre assim, mas é um privilégio que me vou concedendo nas épocas em que ando mais condescendente comigo mesma e me repito para aliviar a culpa “Eu mereço” e é claro que mereço muito!
Mas esta viagem tem outras implicações, outros objectivos…é umas reunião de pessoas que eram uma família e passaram a ser herdeiros. Estamos todos aqui para dividir o que ainda não foi vandalisado de uma casa que teve dias felizes mas que agora tem os dias contados…vimos aqui vasculhar os cantos para resgatar memórias alegres, como se os objectos nos trouxessem de volta as horas, os dias e os anos que se consumiram tão silenciosamente…na esperança de encontrar atrás de uma porta os risos perdidos e as gargalhadas soltas…
Levaremos objectos para casa, sem saber porque não temos coragem para os abandonar ali…onde sempre pertenceram…onde talvez devessem para sempre permanecer…para aliviar a culpa em assistirmos calados à demolição da casa que foi o símbolo de uma família…
Viagem a trás-os-montes II
Na minha infância, o estado das nossas estradas, estreitas, sinuosas, esburacadas, sem bermas, fazia do pais, um pais enorme…maior ainda se tivéssemos o azar de seguir atrás de um camião que não facilitasse uma ultrapassagem…gigantesco ao olhar de crianças que contavam os minutos, ansiosas por chegar a um destino…
-Ainda falta muito para chegar?- repetíamos incessantemente…
Lembro-me das horas intermináveis, curva contra –curva, numa viagem medonha, via o serpenteado da serra do Marão, onde muitos perigos espreitavam na nossa imaginação fértil de criança…malfeitores escondidos, o gelo, as escarpas, as ultrapassagens, uma avaria, o cair da noite, reflectindo o receio dos adultos e recriando o suspense de uma cena de um filme passado na TV, a preto e branco, na altura…
Era assim, numa constante impaciência, até que o embalar das curvas e o cansaço da viagem, nos fizesse adormecer…para só acordarmos estremunhados com a excitação da chegada, a vista da casa toda iluminada, o alarido dos beijos e o aperto dos abraços dos avós, e despertar com os olhos esbugalhados com as prendas embrulhadas e toda as surpresas preparadas com minúcia, por quem muito anseia a chegada dos netos e lhes sabe adivinhar os desejos mais secretos…
E depois entravamos num mundo de sensações em que tudo é perfeito… o cheiro da comida preferida, as guloseimas e os mimos todos, o som do crepitar da lenha na lareira, o mistério das brasas incandescentes e o fascínio das chamas…
Permanecíamos a pé até cairmos exaustos de sono entre os lençóis frescos de linho, sob o calor pesado dos cobertores de papa enquanto a avó nos ajudava a proferir a oração da noite
“Menino Jesus,
dá-me a tua mão,
que sou pequenina
e caio ao chão”
Recebíamos um beijo na testa …“Dorme bem, amor”…e a luz apagava-se…
Por isso quando aqui venho reencontro sempre a minha infância e o mundo mágico que só os avós e os netos conhecem…
Estórias reais de plebeus I
A Maria era “criada de servir”, como na altura se designava, em casa dos meus avós maternos numa vila transmontana, que agora é cidade…
Servir de criada, era um destino frequente para as raparigas de famílias pobres, incapazes de prover o sustento dos filhos, quanto mais, mandá-los para a escola…e ainda por cima sendo uma rapariga !!!
Não sei se a Maria chegou a frequentar a escola, provavelmente não, nunca lhe perguntei por um certo pudor e por receio de reabrir o que pode ser uma ferida antiga… sei que é analfabeta…mas sabe fazer contas e até tem orgulho no calculo mental, ninguém a engana nos trocos… nem as moças com estudos que estão nas caixas registadoras do supermercado onde se abastece…
A mãe também servira em casa dos meus avós e foi lá que se dirigiu para confiar a filha porque era grande a prole e difíceis os tempos…
Chegou franzina, com um estômago pequenino, ainda meia criança, descalça e com a roupa remendada…lembra-se de lhe terem arranjado logo uma farda e avental, limpos, passados, mas o verdadeiro luxo foram os primeiros sapatos, que nunca há-de esquecer…no início não se acomodavam os pés, aleijavam-lhe os dedos…depois lá se foram habituando…
Ficou inicialmente sem ordenado, para aprender, o pouco trabalho e vontade em troca do seu sustento e depois, logo se veria, conforme a rapariga se “ajeitasse” assim ajustariam. E lá ficou em regime de internato, mesa, cama e roupa lavada, a partilhar o quarto da torre com as outras criadas… aos cuidados da minha avó materna.
A verdade é que a Maria se ajeitou, e por lá se acabou de criar, fez-se uma boa criada e em pouco tempo teve direito a ordenado “pôs” corpo e tornou-se também mulher…
Estórias reais de plebeus II
Eu teria então uns 3 ou 4 anos e acho que ela ainda me vê com os mesmos olhos quando me trata “por menina” …alheia ao facto de eu já não usar transas…
Imagino a aventura para uma jovem que nunca tinha saído da terra…viajar da vila transmontana para a “cidade dos doutores” , os medos da viagem interminável e os receios do desconhecido que a esperava na cidade…
E a Maria ficou um tempo a servir-nos…e afeiçoou-se a nós e regressou à terra para casar e fomos tendo noticias à medida que os filhos foram nascendo e crescendo…e sempre que lá íamos de férias, lá vinha ela, a pé da aldeia para mostrar com orgulho a sua descendência e matar saudades dos outros meninos que servira tão longe e que deixara ainda tão pequeninos…
Aparentemente tudo corria bem, a minha mãe manteve sempre um carinho muito especial e alegrava-se com as notícias que lhe davam conta que a Maria estava a construir casa, que os filhos estavam na escola, que o marido era um electricista com trabalho e que a família prosperava….
Estórias reais de plebeus III
Baptizá-la nesta idade pode parecer excesso de discrição porque a estória dela não é segredo para ninguém que a conhece…nos meios pequenos não existem segredos…estes são uma conquista das sociedades anónimas, em que nos tornámos…nas aldeias, mesmo que não se queira, é tudo partilhado, aberta ou veladamente, mas sempre comungado..
A Maria sempre se comportou como se de um segredo só seu se tratasse, nunca tendo comentado o assunto, feito uma queixa, deixado cair uma inconfidência muito menos que se abeirassem dela com perguntas ou insinuações e manteve-se alheia aos rumores…mas isso não impediu que se soubesse e que toda a gente comentasse, um novelo de pormenores à volta do seu drama…
De repente constou que o marido abusava sexualmente da filha mais velha, que a Maria descobriu o incesto e que no meio da sua dor inconsolável tentou repetidas vezes suicidar-se…por isso esteve internada por diversas ocasiões, recusava-se a viver, não tinha vontade para nada…
No meio de seu desatino não pode impedir o marido de fazer dividas que os levariam a perder a casa e todos os bens que tinham amealhado…e por isso, para além da família destroçada, sucedeu-se a ruína completa e o ver-se de um dia para outro com os filhos ainda por criar e sem um tecto…
O marido abandona-a, vai para França…ela nunca mais o voltará a ver, leva a filha mais velha com ele, por isso acaba por perder os dois…
A sua boca fechou-se, nunca mais falaria do marido…nunca comentaria o sucedido, carregou-se de negro…
Estórias reais de plebeus IV
O marido foi condenado pela aldeia inteira, nas conversas de boca a boca, à saída da missa…nos intervalos da lavoura, onde fosse...
”Nunca se viu uma coisa assim!”
“Onde é que este mundo irá parar?”
“O que ele precisava era de umas boas chibatadas”
Não havia memória de um tamanho escândalo, muito menos num local onde normalmente não se passa nada, nem se espera que venha a acontecer… de repente havia motivo de conversa e indignação.
A Maria ficou com os filhos mais novos…a solidariedade e a esmola de alguns permitiram que a família desfeita fosse abrigada num barraco sem condições, a ajuda dos vizinhos chegou na assistência às crianças providenciando alimentação durante os períodos de incapacidade, convalescença e internamento da mãe…
Aos poucos a Maria foi recuperando, era seguida nas consultas de psiquiatria, tomava os medicamentos prescritos pela doutora e foi gradualmente arranjado horas como mulher a dias em casa de umas senhoras…
Passou a dedicar todo o seu tempo e energia ao trabalho e aos filhos mais novos…melhorou as condições do seu casebre e continuou a mandá-los para a escola para aprender …tudo na maior pobreza…
O marido não voltaria à aldeia, ficou-se por terras francesas, onde lhe eram conhecidas mulheres e uma vida de gastos e excessos…chegavam os ecos aos seus ouvidos mas a Maria não comentava as noticias…
Estórias reais de plebeus V
E depois vieram os netos, que à força de os ter tão pouco tempo, beija as fotografias que chegam em envelopes carimbados com nomes dos arredores de Lisboa…
No Verão passado, a Maria teve conhecimento que o marido tinha morrido, a mulher com quem vivia tinha-o abandonado durante a doença prolongada e ninguém reclamava o corpo e por isso ela responsabilizou-se pelas despesas, tendo gasto todas as economias para mandar vir o corpo de França para lhe fazer o funeral…
Fez-se o enterro no cemitério da aldeia com missa, não havia ninguém a chorar, excepto a Maria, que se contorcia em dores, convulsionava em soluços, e se desfazia em imensos gritos de dor quando "o corpo baixou à terra"…foi a comoção geral…a aldeia ainda estava cheia de rancor, não tinha esquecido as ofensas… foi a estupefacção dos presentes...que ainda hoje comentam o espanto...
Depois do enterro voltou para casa em silêncio…e no dia seguinte retirou o luto em que estava encerrada há mais de duas décadas...
Quando a vi, dei-lhe o pêsames e ela abraçou-me, agarrou-se muito e conseguiu dizer entre soluços “Sabe menina, era o meu homem, e mal por mal, prefiro tê-lo agora perto de mim…”
As flores da campa do seu homem nunca secam, visita-o regularmente, enfeita-lhe a laje de mármore e conta-lhe as novidades dos filhos, das senhoras, as notícias que dão na TV…
Estórias reais de plebeus VI
A morte e o perdão espontâneo abrem também perspectivas para o reencontro com a filha exilada em França…anos a fio de separação e dor…
Ainda não me encontrei com ela desde que aqui estou, mas está presente nos pormenores de como preparou a casa para a minha chegada...
O meu quarto estava quente e a cama feita com todo o cuidado… Quando me enfiei debaixo dos vários edredons senti o calor do mimo que só se desfruta verdadeiramente na infância e comecei a escrever à espera do meu encontro com o sono, que teima em demorar..
Marias
Quase todas davam pelo nome de Maria, não sei como se distinguiam entre si...
Conheci várias criadas em casa os mês avós…Para mim foi sempre um enigma como é que as pessoas podiam esgotar a vida a trabalhar para uma família e ainda sentirem reconhecimento, dedicação e verdadeiro amor…
Sentiam-se agradecidas pelo facto de os meus avós lhes terem “matado a fome”, porque nunca poderiam esquecer aquilo que, quem nunca passou por lá, também não pode lembrar, é que a fome mata…
Recordo essas passagens e compreendo como aquela casa funcionava como um centro de acolhimento, onde as raparigas vinham, pela mão das mães, e eram entregues à vigilância e cuidados da minha avó para que ela as acabasse de criar.
Mas era também um centro de formação, onde as raparigas aprendiam a cozinhar, limpar, cozer, lavar, passar a ferro, jardinar, etc. e assim poderem ter um futuro… fazerem-se umas donas de casa...
Outras vezes, servia como um centro matrimonial porque normalmente, o novo regime alimentar permitia-lhes ganhar formas de mulher, serem notadas pelos rapazes da vila e quem sabe, casarem-se na primeira oportunidade…Os meu avós apadrinhavam o enlace e faziam o casamento…
Se não tivessem essa sorte, por ali ficariam, a menos que a minha avó as cedesse, por especial favor, para alguma casa de confiança das suas amizades…uma espécie de centro de emprego…
Origens

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Queria que isso fosse assim para sempre…
Poisamos o olhar sobre as coisas e preferimos sentir que elas permanecerão estáticas, tal qual as percepcionamos, assim para sempre…
E quando encontramos regularmente as pessoas em determinados sítios habituamo-nos a imaginá-las “localmente” bastando regressar a um lugar para as encontrarmos, como se estivessem lá para sempre…
Soube que morreu o Fernando do Café Avenida…
É estranho estar a escrever sobre isso porque não era íntima amiga dele nem sou frequentadora do café (nem deste, nem de qualquer outro)…É um café na avenida onde resido e o Fernando trabalhava lá há certamente várias décadas…recordo-me dele há tanto tempo, sempre a atender, com um humor e trato especiais…e cruzávamo-nos regularmente…e queria que isso fosse assim para sempre…
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Vinte anos ou menos
Sentia-se cansado, e tinha planeado enviar uns emails antes de jantar, mas receava que a cozinha do restaurante ao lado fechasse e depois teria que suportar, uma vez mais, o sorriso da dona a dizer "por especial favor, para o sôtore, posso arranjar umas bifanas".
Estava farto das bifanas por favor, do sorriso por favor...não iria enviar os emails, fá-lo-ia depois.
Entrou em casa, apenas para se livrar da gravata e do casaco do fato...afinal, merecia, ao fim de mais de 14 horas de trabalho...Era este o ritmo dos últimos anos...ao menos livrar-se da gravata...e trocar o casaco pelo conforto de uma camisola de lã...
Sim, doi-lhe levemente...mas não pensava nisso, ao fim de tantas relações amorosas, logo esta que começara como uma paixão arrebatadora, uma urgência de sentimentos e sentidos, uma atracção a que nenhum conseguiu resistir e dois casamentos dissolvidos por tão pouco...com filhos no meio da confusão...Juraram a si mesmos que era desta, amor para sempre, mas já se sabe que o sempre é apenas enquanto dura...
Domingo de manhã
"Tu encanto se herá irresistible"
Há muito que não lia um horoscopo e não resisti, reza assim:
Virgo
En el plano laboral, tendrás la mente despejada para hacer frente a una serie de problemas que deberás solucionar. Si consigues poner una nota de optimismo e alegria, tudo será mucho más llevadero.
En el sentimental, viverás momentos intensos e idilicos. Concédete esos placeres que te apasionan y disfrutas como nadie: cenas suculentas, paseos al entardecer, salidas nocturnas...
E remata a bold "Tu encanto se herá irresistible"
Eh lá!!!
domingo, 2 de dezembro de 2007
Vôo TP 728

São 18h30, continuo paciente, como eu muitos outros passageiros...É assim, que espero agora... Estou absorvida entre o blog e as fotos...e ouço a mesma voz estridente de sempre:
Attention please...This is the last call...
Oops, tenho que ir...é desta!
sábado, 1 de dezembro de 2007
Tempo para mim
Percorri a ilha, subi no teleférico, passeei pela Marina, observei os barcos de cruzeiro a partir, deambulei pelo centro da cidade, para constatar que é quase Natal e já brilham os enfeites natalícios, espreitei o mercado que estava fechado ao feriado e disparei a máquina fotográfica em todas as direcções...
Em termo de gastronomia tem sido inesquecível...pude apreciar o vinho branco local, provar a poncha (1/3 de mel, 1/3 de sumo de limão e 1/3 e aguardente de cana a temperatura ambiente), os fritos de milho, o pão de alho, o bolo de caco, as queijadas de requeijão, o filete de espada com banana, a espetada de carne em pau de loureiro, a mista de peixe, mariscos... e ainda mascar cana de açucar, beber batido de anona, abacaxi, maracujá...
Tentei ver o máximo, fazer o máximo no pouco tempo que me restava...e aqui estão as fotos para recordar sempre...
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Palavras procuram-se
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Não vá o diabo tecê-las



Valha-me isso
Estou em trabalho e a responsabilidade às vezes provoca-me cólicas...um horror! Normalmente não é assim...mas desta vez é...
É injusto, mas tem que ser.... As vezes o meu trabalho castiga-me...espreito o mar e queria sair pela janela a voar... mas depois penso que amanhã tenho que entrar, pelos meus próprios pés, na sala de formação...penso melhor e recuo, volto para o meu regime de clausúra...pelo menos inspirei a noite, ouvi o silêncio...Valha-me isso!!!
domingo, 25 de novembro de 2007
És o máximo...
Um dia, predisseram-lhe o futuro, mas ele, sempre céptico, nunca quis acreditar em ciências divinatóroias...
Já não destinguia bem, claro está! Seria da música que estava demasiado alta? Ou do fumo espesso?
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
terça-feira, 20 de novembro de 2007
As nossas mãos
domingo, 18 de novembro de 2007
Diálogo
-Vai haver sempre um sabor a vazio nos teus beijos e um rasgo de paisagem desértica no teu olhar
Ela desviou a face, sorriu vagamente e respondeu numa voz sumida...
-Querido, nada é definitivo...
No limiar do real

-Estás a deixar arrefecer o café-disse ele, apenas para cortar o silêncio que se instalara...
-Devias saber que gosto dele frio- respondeu-lhe ela, sem que os olhares se cruzassem, num tom de indiferença, enquanto compôs uma mecha de cabelo desalinhada sobre a testa...
Claro que ele sabia, mas a luz fria e branca de inverno cedia ao entardecer...e o sol era engolido naquela imensidão de água...Ela recordaria aquele momento sim, mas para já ainda não desconfiava de nada e iria demorar a perceber..."também o tempo precisa de tempo"-diria mais tarde.
Não há urgência, nem brisa, nem sinais de maré...os ponteiros do relógio param e tudo fica irremediavelmente imóvel...não interessa que exista ainda consciência do que se passa e dos acontecimentos que se irião precipitar..
Saudades do futuro

Também ela tinha uma série de sonhos em suspenso...e lembrava-se bem, o momento preciso em que tudo de repente mudou...e o tempo interior passou a arrastar-se no ritmo inverso da vida...como os relatos das estórias de encantar...
E o futuro? Mas que futuro? Conhecia apenas os dias que se sucediam como as contas de um rosário, como missangas de um colar...uma certas, outras irregulares mas todas seguidinhas...e de repente sentiu saudades do tempo em que conhecia o futuro...
sábado, 17 de novembro de 2007
Fica para outra vez...
Hoje estava sonolenta, levantei-me com o propósito de escrever...escrever o quê? Pois é, o que quer que fosse ainda estava muito indefinido, vago, provavelmente ainda a germinar, a aguardar o momento... e apeteceu-me ter um destes dispensadores, em que, a troco de uma simples moeda, eu pudesse fazer sair uma fiadinha de palavras, pimba ou não, para introduzir aqui no blogue...
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Fernando Pessoa, Eros e Psique...

Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera.
Sonha em morte a sua vida.
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado.
Ele dela é ignorado.
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E, vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora.
E, ainda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
Fernando Pessoa
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Alice e o gato
- Isso depende muito de para onde queres ir – respondeu o gato.
- Preocupa-me pouco aonde ir – disse Alice.
Lewis Carroll
Concordo com tudo e tenho que treinar, no contexto do meu trabalho, a operacionalização dos objectivos e toda uma estrutura de argumentos, regras, exercícios e blá blá blá blá…...vou dispensar-me de contar tudo aqui...
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Love me or love me not
A minha relação com Africa é inexplicável...mas bem no fundo, no fundo sabemos que, se procurarmos as causas das coisas, tudo é explicável e explicado, tudo está carregado de sentido e significado, porque "o coração tem razões que a razão desconhece" e estas normalmente são sempre fortes, muito fortes....Mas posso afirmar que é uma relação muito antiga, quase tão antiga como eu, de facto até mais antiga do que eu...e remonta a duas gerações anteriores...Não posso esquecer as estórias de família, repetidas vezes sem conta, pela voz da minha querida avó mas também pelos pais e tios...Tudo documentado em álbuns de fotografias e objectos que constituem para mim autênticas preciosidades...relíquias que estimo e prezo, percebe-se bem porquê…
Africa, viver em Africa, fez sempre parte do meu imaginário de criança, de adolescente e de adulta...nasci e cresci com o coração virado para sul...e é para sul que me oriento sempre...não há volta a dar...gosto daquelas latitudes...do calor e dos cheiros, dos sabores e do ar, das cores e dos sorrisos, da crianças e das paisagens infinitas, de horizontes para lá do que adivinhável...
E se é frequente perder o Norte, certamente que sim, não será fácil perder o sul, com certeza que não...e sabemos bem que as relações idealizadas estão carregadas de romantismo e fantasia e facilmente resistem ao desgaste, ao tempo...
O meu olhar também é peculiar, a prová-lo está a minha câmara que captava sempre outras imagens, percepções, perspectivas e realidades...que em nada coincidem com o olhar dos outros expatriados meus colegas, que estavam e se mantêm por aquelas paragens apenas para ganhar "o seu" ...e os africanos sentem isso, sabem quando o respeito vem de dentro ou é apenas a atitude "politicamente correcta", porque estas coisas sentem-se...vá se lá saber como e porquê...mas eles sabem-no...
Africa é pois uma questão de "love me or love me not", desculpem-me os puritanos da língua, mas estou a escrever under english influence...mas também posso traduzir em línguas daquelas paragens, é que aprendi a dizer “Muxima wami wa Angola”, e é verdade, mais “Muxima wami wa Africa”...pois é....
Titi, tenho que ir à net para fazer o minha homework
Claro que antigamente não era nada disto! recordo a ardósia, a obrigatoriedade da caneta a tinta permanente, que deixava borrões nos cadernos e manchas entre os dedos...
Para quem não tenha vivido nesses tempos, sempre direi que cantávamos o hino nacional e rezávamos a ave-maria e o pai-nosso como quem recita a lengalenga da tabuada 2x1dois, 2x2quatro, 2x3seis e por ai fora...até parar nos 9x1nove, 9x2dezoito, 9x3vintesete...e 9x10noventa!!! Tudo o que desejávamos era que chegasse o NOVENTA!
A única diferença entre essas actividades colectivas e em coro, é que cantavamos a tabuada sentados, enquanto as rezas e o hino impunham que permanecessemos imóveis, de pé...e conforme o caso, fizessemos um ar compenetrados de pequenos beatos ou de minituras de heroís nacionais.
Naquela altura, se estivessemos nas nossas carteiras de madeira a fazer os trabalhos, tinhamos que nos levantar, sempre que um adulto entrasse na sala e, mantermo-nos de pé, em sinal de respeito, até nos ser dada permissão para sentar de novo.. Escusado será dizer, que um adulto era sempre respeitável...
Ainda havia as idas ao quadro, aí, era mesmo desejável que acertassemos, que encotrassemos as palavrinhas certas ou o números correctos, dali de cima do estrado, sentiamo-nos ainda mais minusculos e vuneráveis, expostos a todos, objecto de tantos pares de olhos atentos e mesmo ao ladinho da régua...sim, havia régua e não tinha um mero efeito intimidativo, era mesmo para usar, e era usada...e um dos piores momentos foi certamente testemunhar as réguadas aplicadas aos nossos colegas e amigos e não poder dizer ou fazer nada...fazia-nos a todos cumplices da humilhação...
Ficávamos sem intervalo...mas o pior era que o castigo com frequência se prolongava para casa, bastando um pequeno recado no caderno, e lá tinhamos nós num "hoje não brincas", "não vês desenhos animados", "não isto e aquilo" após um dia que não tinha corrido especialmnte bem ...
Os adultos estavam todos feitos uns com os outros e legitiavam-se uns aos outros, até davam uma "conotação afectiva" aos seus actos de violência..."se bate é porque se importa contigo..." e porque o complô entre os professores, os pais e a sociedade...tinha a nobre missão de transformar meninos maus em meninos bons...e sim, eles tinham a formula...e não era uma tarefa simples!!!
E era bom que o processo de conversão do meninos maus em meninos bons tivesse êxito, porque a haver qualquer falha e, apesar do esforço dos "grandes", se nós na altura tão crianças teimassemos em ser maus, mais tarde iriamos presos para trás daqueles muros assustadores e cinzentos com raras visitas da família e quando moressemos o destino implacável seria bem pior, pois niguém nos poderia livrar de arder para sempre no fogo do inferno sem fim, de labaredas ávidas....num castigo interminável...e sem direito a visitas...ponto final.
Por isso, sorri quando a "minha" Ana me põs fora do computador e disse num português quase irrepreensivel "Titi, tenho que ir à net para fazer o minha homework"...
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Florbela Espanca, Inconstância
Pedi à Vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!
Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!
Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando...
E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há-de partir também... nem eu sei quando...
Florbela Espanca, Se tu viesses ver-me...
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca, Ser Poeta
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
domingo, 11 de novembro de 2007
sábado, 10 de novembro de 2007
Manha no parque
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
A menina da flor de agua doce

Em 1985, o seu rosto e o seu olhar verde percorreram o mundo, na capa da revista National Geographic, tornando-se um símbolo de sofrimento, dignidade e resiliência do seu povo... Mas da "menina afegã" nada se sabia...